domingo, 28 de abril de 2013

Nossa primeira fornada


Peças artísticas em cerâmica

Maurilio Souza e Rose Valverde iniciaram a parceria na confecção das peças de cerâmica. Além da produção conjunta promovem também a queima das peças de escultura do Maurilio e de seus alunos de modelagem em argila.

A primeira palavra de ordem é fazer, depois experimentar e por último avaliar.

Citando Richard Sennet que no livro O artífice (cap 4 - consciência material), diz: “Na cerâmica, a argila bruta é “cozida” tanto pelas ferramentas que lhe conferem a forma de um pote quanto pelo forno, que efetua o trabalho literal do cozimento. A argila cozida serve de meio para a produção de imagens, que num pote, criam uma narrativa à medida que ele vai sendo girado. Essa narrativa pode viajar, podendo ser comercializada ou vendida como artefato cultural. Lévi-Strauss insiste em que  o valor simbólico é inseparável da consciência da condição material de um objeto; seus criadores pensavam as duas coisas ao mesmo tempo.”

Um processo longo e delicado que culmina na produção de algumas peças para serem  apreciadas.

Nossa primeira experiência com uma produção própria é realmente enriquecedora.  Não tínhamos todas as informações do processo e desde o primeiro momento a Kátia Lopes (que está expondo alguns de seus trabalhos aqui no atelier) tem nos orientado e incentivado. Durante a produção, queima e pintura temos uma quantidade de variáveis enorme que podem alterar o resultado das peças. Acho que no final das contas temos que focar na pesquisa e não desanimar quando os resultados não forem como planejamos pois afinal em se tratando de cerâmica artística nossa proposta não é executar uma linha de montagem e sim abrir um canal de experimentação e criação através da cerâmica buscando antes de tudo a originalidade e um design agradável.
E vamos então mostrar um pouco desse processo:

- Primeira parte - desenhamos algumas peças e fizemos uma planilha para iniciar a produção.


Algumas peças iniciais executadas pelo Orlando 

- Segunda parte -  queima (biscoito)
Na primeira queima que a gente chama de biscoito a argila atinge uma temperatura de 850º.
Ficamos torcendo para que nenhuma peça quebrasse e isso sempre pode acontecer.


segunda etapa com o restante das peças
Tudo OK até agora!

- Terceira parte - Pintura e esmaltação

Maurilio e a Sandra Sato que nos prestou uma assessoria especial


 As pinturas á mão realizadas por Rose Valverde


Após realizarmos a preparação das peças, separarmos e pintarmos com os esmaltes escolhidos,  inserimos junto algumas peças que servirão de teste para futuros trabalhos.

 - Quarta parte - Queima em alta, processo de esmaltação
As peças que serão utilizadas como utilitários foram queimadas a uma temperatura de 1220º.








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